Estou aqui mas esqueci minha alma num hotel. Meu coração na gaveta, meus desejos num papel. Eu vinha sem retrovisor, um rosto estranho me chamou e minha pele não me coube mais.

Estava aqui. Me confundi.
Os caminhos nem são mais chão, to pisando em nuvem e seguindo os ventos.

Nunca disse que tava tudo bem estar no meio de correntes de ar.

Eu olho pro espaço e só consigo me sentir apertada. A matéria me comprime, eu sou um conjunto de substâncias sob uma grande pressão. Que equação eu uso pra calcular o tamanho da dor?

A sorte veio e me encontrou na corda bamba do amor. Meus dias nunca mais serão cinzas!

Esse rio iridescente que corre na minha coluna nem sabe o tanto de passos para trás que eu dei.

A existência superficial de uma Beatriz que arranca pedaço de si e joga no branco nunca chegará aos pés da Beatriz que fecha o olho. Fecha. E é o universo inteirinho. Ou uma partícula de nêutron. 

Energias da natureza, vocês giram na minha cabeça? A névoa de/da verdade enche meus pulmões de doença. Viver é um descuido prosseguido.

Minha água ta contaminada do tanto de coração que vem se lavar aqui. To esperando o que mesmo?
Ah. Você.
A ideia geral de felicidade infinita, de destino, de razão pra escrever.

Palavras são estranhas.

Minha aflição me derruba.





Manda paz.
Manda cor.
Manda espaço.
Manda vazios.
Manda a porra que for.

Mas vem. E rápido, que a pele é fina e a força é grande.

Zago.